Tenho um grande defeito ... nunca termino o que começo.
Eu juro que tento, mas alguma coisa dentro de mim sussurra no meu ouvido: "já deu, né?"
Isso cria em mim um sentimento de impotência muito grande. Me sinto submissa a mim mesma ... parece coisa de louco, mas é exatamente assim que acontece.
Um lado meu luta pra seguir em frente, o outro me convence a dar um tempo e depois terminar.
O problema é que esse "depois terminar" se torna permanente, e então eu sou obrigada a conviver com a culpa de não dar prosseguimento a tantos projetos engavetados. Se eles fossem realmente palpáveis, seria necessário muito mais que uma gaveta. Acho que um closet inteiro não daria conta!
Muitas vezes eu cheguei muito perto da conclusão, mas ... pra que concluir se eu posso interromper?
Estudei piano por 9 anos no conservatório e, faltando 2 anos para me formar, joguei as partituras pro alto. Teve ainda 6 anos de ballet clássico e 5 anos de jazz. Passei a minha infância e adolescência ocupando grande parte do meu dia com atividades extra curriculares que nunca foram concluídas.
Depois que virei mulherzinha as coisas não mudaram. Já abri um escritório de comunicação visual e desisti. Comecei a escrever pelo menos uns 3 livros e ainda não terminei nenhum. Passei 2 anos malhando religiosamente de segunda a sexta-feira e fui vencida pela conjuntivite. Nunca mais voltei.
Este aqui já é o meu segundo blog. O primeiro eu comecei a escrever quando ainda nem era tão cool ser blogueira. Blogueiros não viravam celebridades, referências ... muito menos ganhavam dinheiro com isso. Eu escrevia sobre o meu cotidiano e dividia minhas opiniões com as poucas pessoas que passavam por lá, mais ou menos a mesma coisa que eu faço hoje aqui. Ele bem que durou, mas os posts foram ficando cada vez menos frequentes até que ... parei.
Hoje me dei conta de já faz um tempinho que eu não escrevo aqui. Esse ano foram poucos posts. Bem poucos.
Não posso deixar isso acontecer de novo. Não vou.
E com o incentivo dos meus poucos e fiéis seguidores eu vou criar forças e chutar essa preguiça que me consome pra bem longe.
Até mais.